segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Até que a área de fumante nos separe



por Xico Sá

xicosa@uol.com.br


A lei antifumo dissipou as nuvens de fumaça que davam aquele charmoso ar de nouvelle vague francês aos bares, tavernas e restaurantes.
Tudo bem, trouxe benefícios à saúde de muita gente, óbvio. E você não chega mais em casa com gosto de cinzeiro.
Importante. Mas não é disso que vamos tratar agora, afinal de contas aqui louvamos mais os vícios do que as virtudes.
O mais interessante para este cronista de costumes é a mudança de comportamento e como isso interfere na vida da tribo.
Baforem e reflitam comigo:
Você deixa o seu amado(a) pitar lá fora sozinho(a), justamente naquela área mais animada do pedaço ou o acompanha, mesmo não sendo fumante?
Este blog do amor e da sorte adverte: é lá no burburinho da fumaça, seja na calçada ou em área reservada, que costumam estar as pessoas mais interessantes.
Um perigo.
Já testemunhei, na noite de SP, vários casais sendo dissipados como a fumaça dos bares. Acontece.
Mas sejamos otimistas qual uma Pollyana, moça, de segunda-feira: tenho um amigo que parou de fumar, ô fofo, para não desgarrar da sua encantadora alma gêmea. Tá vendo como o amor é lindo!
A Wanda, aquela mulher com “W” maiúsculo musa de uma das músicas do mundo livre s.a, foi o contrário. Ciumenta que nem uma galinha que cuida dos seus pintinhos hoje bafora o king size do grude amoroso lá na roda dos fumantes.
Até então falamos da paranoia amorosa. Algo tão comum quanto fumar por tabela ou respirar monóxido de carbono em São Paulo.
Não podemos esquecer os casais bem-resolvidos, tranquilos, que se garantem, com ou sem a cortina de fumaça do destino. Também acredito nisso. Melhor, às vezes acredito nisso.
A amiga Veridiana, filha de um papai fã do cineasta Buñuel, confessa que a lei antifumo dá um belo suspense aos casais formados por fumante e não-fumante. Dá um ciuminho flamejante.
Ela fuma. Ele espera na mesa com os amigos.
Gosto que ele me veja ao longe, capricho na pose, ele está virando um voyeur deste cinema que faço pra ele”, conta.
O leitor cético com as artes amorosas há de dizer: isso é começo de romance. Sim. Primeiro mês de enlace. Mas, acredite, isso pode dar certo. Às vezes.
Agora é a sua vez. Alguma historinha sobre a cortina de fumaça já interferiu na sua vida?

2 comentários:

  1. Hummmmmmmmmmmmmmmm.... Algumas, principalmente quando solteira. kkkkk. Adorei a exposição do nobre colunista, sempre nos colocando contrapontos para reflexões.
    PS: Adoro o Xico Sá.

    Irany

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  2. A área mais animada do bar aceita não-fumantes. A área mais desanimada do bar graças a Deus não nos aceita rsrsrs. Mas, pra falar a verdade, sinto falta dos tempos em que fumávamos dentro do bar e ninguém nos enchia o saco.

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Muito agradecida!