por Xico Sá
A
lei antifumo dissipou as nuvens de fumaça que davam aquele charmoso
ar de nouvelle vague francês aos bares, tavernas e restaurantes.
Tudo
bem, trouxe benefícios à saúde de muita gente, óbvio. E você não
chega mais em casa com gosto de cinzeiro.
Importante.
Mas não é disso que vamos tratar agora, afinal de contas aqui
louvamos mais os vícios do que as virtudes.
O
mais interessante para este cronista de costumes é a mudança de
comportamento e como isso interfere na vida da tribo.
Baforem
e reflitam comigo:
Você
deixa o seu amado(a) pitar lá fora sozinho(a), justamente naquela
área mais animada do pedaço ou o acompanha, mesmo não sendo
fumante?
Este
blog do amor e da sorte adverte: é lá no burburinho da fumaça,
seja na calçada ou em área reservada, que costumam estar as pessoas
mais interessantes.
Um
perigo.
Já
testemunhei, na noite de SP, vários casais sendo dissipados como a
fumaça dos bares. Acontece.
Mas
sejamos otimistas qual uma Pollyana, moça, de segunda-feira: tenho
um amigo que parou de fumar, ô fofo, para não desgarrar da sua
encantadora alma gêmea. Tá vendo como o amor é lindo!
A
Wanda, aquela mulher com “W” maiúsculo musa de uma das músicas
do mundo livre s.a, foi o contrário. Ciumenta que nem uma galinha
que cuida dos seus pintinhos hoje bafora o king size do grude amoroso
lá na roda dos fumantes.
Até
então falamos da paranoia amorosa. Algo tão comum quanto fumar por
tabela ou respirar monóxido de carbono em São Paulo.
Não
podemos esquecer os casais bem-resolvidos, tranquilos, que se
garantem, com ou sem a cortina de fumaça do destino. Também
acredito nisso. Melhor, às vezes acredito nisso.
A
amiga Veridiana, filha de um papai fã do cineasta Buñuel, confessa
que a lei antifumo dá um belo suspense aos casais formados por
fumante e não-fumante. Dá um ciuminho flamejante.
Ela
fuma. Ele espera na mesa com os amigos.
“Gosto
que ele me veja ao longe, capricho na pose, ele está virando um
voyeur deste cinema que faço pra ele”, conta.
O
leitor cético com as artes amorosas há de dizer: isso é começo de
romance. Sim. Primeiro mês de enlace. Mas, acredite, isso pode dar
certo. Às vezes.
Agora
é a sua vez. Alguma historinha sobre a cortina de fumaça já
interferiu na sua vida?
Hummmmmmmmmmmmmmmm.... Algumas, principalmente quando solteira. kkkkk. Adorei a exposição do nobre colunista, sempre nos colocando contrapontos para reflexões.
ResponderExcluirPS: Adoro o Xico Sá.
Irany
A área mais animada do bar aceita não-fumantes. A área mais desanimada do bar graças a Deus não nos aceita rsrsrs. Mas, pra falar a verdade, sinto falta dos tempos em que fumávamos dentro do bar e ninguém nos enchia o saco.
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