quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pureza, sem grilos


Não se julga um livro pela capa, é o que se diz por aí. Eu diria que também não se julga um bar pela placa, depois da lição que tive há pouco tempo.

Moro há cerca de dez anos na Barra Funda. Sempre passo pelo local, mas nunca tinha colocado o pé ali dentro. Localiza-se na esquina da Rua Lopes de Oliveira com a Avenida General Olímpio da Silveira (ou com a Praça Marechal Deodoro), bem embaixo do minhocão, no sentido de quem vai pra Perdizes. Nunca entrei por um motivo só. Eu olhava a placa e ela me dizia que ali não estaria o que eu gosto de achar nos bares.


Casa de Sucos Pureza?

Um dia a Paula me disse que havia um ótimo lugar para comer torresmo, embaixo do Minhocão, na tal esquina. E que ali havia também ótimos caldos e cerveja gelada, e outras coisas boas. Perguntei onde era e ela me indicou o local da Casa de Sucos Pureza. Será possível?

Algum tempo depois, encontrei-me com Fá e Nilson no Bar do Nildo. Eles chegavam de outro bar, onde comeram, segundo eles, uma maravilhosa carne seca. Fiquei com água na boca e curiosa pra saber onde. Lá vem o tal lugar de novo.

Fui convencida. Vou entrar no tal lugar e conferir. Já fui três vezes. Uma vez sozinha, quando almocei uma maravilhosa (realmente) carne seca com meia salada completa (gigante) e Original estupidamente gelada. Show!


De esquina. Embaixo do Minhocão.



Na segunda vez tive que levar o meu irmão, Ed, claro! Desta vez foi torresmo com Original de novo estupidamente gelada. Só não comemos o tropeiro e os muitos outros acepipes que oferecem porque estávamos curtos de grana.
 

Acepipes do lado de cá e na estufa do lado de lá.


Na terceira vez fui com Fá e Nilson. Que maravilha! Neste dia foi torresmo, carne seca e mocotó. Digo o mocotó mesmo, não o caldo.

Espero voltar lá em breve. Agora eu entro e nem olho pra placa. Já sei o que tem lá dentro. Uma mulher que gosta de bar que nem eu tem dificuldades pra entrar numa casa de sucos. Por isso só tenho que agradecer aos que me fizeram enxergar para além do que eu conseguia ver, pois agora posso curtir a Casa de Sucos Pureza sem grilos.




terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Aquele bar



Por Mário Prata



- Mas, está aberto?


Era – e é e será – o único bar do mundo que a gente nunca sabia se estava aberto ou fechado. Tinha que arriscar. Podia dar sorte.


O Bar do Mario, lá na Floriano Peixoto, uma das mais extensas avenidas de Lins, no interior de São Paulo. Normalmente não estava aberto. E não adiantava bater na janela do Mario – que morava no fundo do bar com a mãe e uma porção de irmãos e irmãs – que, se estava fechado, fechado ficava.


Tudo japonês.


Jamais saberemos porque o Mario não abria o bar de vez em quando. Ou de vez em sempre. Às vezes, não abria apenas por um dia. Outra, ficava uma semana fechado. Um mês. E, ultimamente, meses. Não abria e pronto.





O mais interessante é que, mesmo com isso, nunca perdeu a freguesia. Se aberto estava, aberto ficava até o sol bater na porta. Era – e é e será – o bar dos boêmios da minha cidade. Outra característica: o Mario nunca explicou a sua idiossincrasia para abrir ou fechar o bar. Mesmo porque, duvido que ele saiba o que é idiossincrasia.


O Mario fazia um sanduíche que era para disfarçar as milhares de garrafas de cerveja – estupidamente e casco escuro – que a gente consumia. O sanduíche – o melhor que já comi na minha vida – não tinha nome. Era sanduíche mesmo. E mais: só tinha aquele. Daqueles que comidos escorrem pelos dedos, pelo pulso, vai caindo coisa na calça e depois a gente ainda chupa os dedos. Era um sanduíche que a gente comia e bebia. Era quase líquido.


Tinha de tudo o sanduíche. Ali, dentro do pão da padaria da esquina, você podia encontrar um bife, ovos, alface, cebola, moscas, bacon, presunto, molho japonês e – pasmem – peixe cru. Tudo feito numa rapidez incrível pelas mãos do Mario, nem sempre muito limpas. Às vezes a irmã, o irmão ou a mãe se arvoravam a confeccionar o sanduíche. Mas não era a mesma coisa. Faltava a cabeça do Mario. E, sejamos sinceros, alguns fios de cabelo.


Estou contando essa história toda porque outro dia eu estava passando ali numa rua do Itaim, em São Paulo, e vi lá uma placa. Bar do Mario. Como o do japonês: sem acento. Parei e entrei. Esse Bar do Mario estava aberto e era madrugada. Espanto: lá dentro, umas duas ou três gerações de linenses. Aqueles mesmo amigos lá do interior. Muitos sanduíches depois, muitas vidas passadas a limpo, muitas barrigas acima da cintura (e abaixo), muita história pra contar, a verdade.


Foi isso. Todos aqueles freqüentadores do bar lá do interior se juntaram e resolveram abrir um bar aqui, em homenagem ao meu xará. E trazer, pra cá, o Mario Japonês para, sem falta e já sem cabelos (comemos todos eles) fazer o seu sanduíche pra turma da capital.


O Mario topou. Só que nunca se sabe se o Mario veio ou não naquela noite. Às vezes falta um dia, uma semana, um mês. Mas quando vem...


E, como sempre, há mais de quarenta anos, não dá a menor explicação. Mesmo porque nunca ninguém perguntou o motivo dos seus fechamentos e desaparecimento.


Tem gente que freqüenta o sanduíche há três décadas e nunca teve a felicidade de encontrar o Mario. Dizem até, as más línguas, que o Mario não existe.


Posso garantir que já vi o Mario algumas vezes. Tanto no bar de Lins – quando abria – como no do Itaim, quando ele vem.

E – acredite quem quiser – sei o nome inteiro do Mario. Mario Sumio.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Deu aquela vontade...

Gente, fala a verdade, esse tempinho que fez hoje, o dia inteiro, inspira ou não a gente a ir atrás, amanhã, de um bar daqueles que serve uma tradicional feijoada de sábado?



Cumbuca tradicional. E olha a toalha de mesa de plástico!



Beijos e bom final de semana para vocês, com ou sem feijoada!


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Remediozinho bom esse...


Até Marina, que é vegetariana, recomenda, apesar de não ter provado. Ela diz que é bom porque muitos falam e ela pode ver a expressão de quem come. É o carro-chefe da casa. E é servido com geladas cervejas, pois a sua função é fazer você se deliciar, mas também fazer com que você beba mais. Ed cansou de me dizer que era tudo de bom e que precisávamos ir lá experimentar. Mas a ocasião faz, faz o quê mesmo? Faz com que você vá lá e confira. Foi o que fizemos.

Depois um tenebroso exame de ressonância magnética, vejam só, surge a idéia de ir tirar a tensão que a barulheira toda da máquina do exame provoca na gente. Ed foi me acompanhar porque aconselharam. E também porque eu queria uma companhia pra hora que eu saísse do sacrifício. E ainda chamamos a Lu, que mora ali perto do laboratório.

Descemos as ruas de Higienópolis e, enfim, quando estamos na Vila Buarque, na esquina da Rua Canuto do Val, com a Rua Aureliano Coutinho, nos deparamos com o Jhony's Bar e Restaurante. 
 


Eis que chegamos!

O bar eu conheci há uns dez anos atrás, quando sentei numa tarde calorosa de domingo pra beber cervejas geladas e ver o tempo passar com a amiga Cláudia. Nunca mais tinha voltado lá e na época não sei se eles serviam o tão falado,  pois o que queríamos naquele dia era beber e só.


Olha a companhia!


Fui logo pedindo para experimentar. O rapaz me perguntou se eu queria um ou uma porção. Gente, com tanta recomendação boa eu pedi logo uma porção, claro! Esperamos bebendo, mas pra mim já estava virando eternidade, tamanha a curiosidade. Cortaram cuidadosamente, ornamentaram com o acessório limão e eis que chega a porção.



Delícia mesmo, gente. Vale a pena ir lá e provar.


Putz, tive que fazer uma foto, porque o visual tava ótimo. Nossa, e o sabor então... Bar e torresmo dignos de publicação no blog. Até esqueci da neura do exame vivido momentos atrás. Remediozinho bom esse...





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Tá acabado?



Tome um remediozinho. Ou espere na cama a ressaca passar. 
Muitos procuram o bar mais próximo e dão um susto no fígado. 
Costuma funcionar...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Já é carnaval, minha gente!


Véspera de carnaval? Que nada! Faz tempo que as sexta-feiras como esta não são consideradas véspera. O carnaval já é, minha gente!



Tá sem idéia pra fantasia?


Os bares já estão se preparando pra festa, seja aqui em São Paulo, seja em outras cidades por este grande país. Escolha o seu pra se concentrar e chacoalhe esse corpinho, mostre a malemolência do bom frequentador de bar. É depois de várias que a gente se solta e até arrisca uns passinho no samba. 


Olha a malemolência...


Aproveite o clima gostoso, vá ao seu bar predileto ou vá conhecer algum novo. Vai pro bloco e agita. Garanta boas e novas histórias pra contar depois do carnaval.


Não tô ganhando nada pra publicar
isso, mas achei bonito e bom pra
deixar vocês morrendo de
vontade de sair hoje, ir para um
bloco e tomar uma breja rsrsrsrs







quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A tv no bar e o bar na tv

Ontem tivemos mais uma daquelas noites nas quais os bares lotam. Noite quente, boa para beber umas cervejas e também para assistir as partidas de futebol.


Já falamos, aqui no blog, do Bar do Biu, que fica na esquina da João Moura com a Cardeal, em Pinheiros. Ele reúne torcedores do Corinthians em torno das tvs que estão espalhadas pelo bar, principalmente quando os jogos do time são fora da cidade de São Paulo. E ontem, com o primeiro jogo do Corinthians na Libertadores, não poderia ser diferente.

Mais uma vez o Bar do Biu foi o local visitado pela tv para mostrar a torcida, o sofrimento e a alegria dos torcedores com o resultado do jogo de ontem. Vários amigos, seguidores deste blog, foram flagrados lá, com o coração na mão, mas acreditando até o último segundo. Vejam só:








Para ver a matéria produzida sobre o jogo e a torcida no bar do Biu, clique no link abaixo:




E se estiver procurando um lugar legal para assistir os próximos jogos do Corinthians, vá lá no Biu que você com certeza encontrará uma turma boa pra beber cerveja e torcer junto. 


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Despedida rumo à cidade dos botecos



Caro Tiago e cara Joana,


Agradecemos imensamente o convite para a despedida de vocês da cidade de São Paulo. Não vão mais morar aqui, tiveram a boa idéia de convocar os amigos para se despedirem de vocês em um bar. O resultado só poderia ser o que deu mesmo. Vocês estavam rodeados de amigos com os quais, neste tempo no qual permaneceram por aqui, trabalharam, beberam cervejas e “traçados”, curtiram músicas, além de assistir e comemorar muitos jogos do Corinthians. 



 


Choveu pra caramba. Mas a chuva não nos intimidou e ali mesmo embaixo do toldo do Bar do Nildo assamos a carne que salgou a língua e que nos fez beber mais e mais cervejas. E depois, com voz e violão, entoamos as canções que nos acompanharam nestes tempos. Claro que no dia seguinte, a culpa de vários  dábliu-ós que foram dados no Bloco da Abolição recaiu sobre este momento de despedida. Mas deixa isso pra lá...






Quando a gente muda de uma cidade e vai para outra, sente saudades dos que ficam. Passem por aqui de vez em quando para ver a gente. Nós os levaremos aos lugares de sempre e aos que formos descobrindo, apresentando novidades a vocês nesta cidade de São Paulo.


Imaginamos como será bom, por outro lado, a vocês, voltarem para o aconchego de Minas. Vão viver em Bê-agá, a cidade dos botecos. Reencontrarão amigos e lugares. E abre-se uma infinidade de novos outros para conhecerem e apreciarem. Aproveitem muito isso tudo. Em breve estaremos aí, nós que apreciamos muito os bares e botecos, para fazer uma visitinha, matar a saudade de vocês. E será a hora de vocês nos mostrarem como anda a vida por aí.






Desejamos que sejam felizes neste novo trecho de estrada, com o sorriso no rosto que marcou a presença de vocês na festa de sábado. Os caminhos da gente já se cruzaram uma vez. Com certeza eles se cruzarão de novo, e beberemos a alegria de estarmos juntos.



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Onde tem bloco tem bar


Onde tem um bloco carnavalesco com certeza tem um bar onde a gente faz a concentração e onde a gente se refresca depois de percorrer as ruas cantando e dançando. Para os adeptos do “concentra mas não sai”, é o local em que vão ficar o tempo todo.
Estamos em vésperas de carnaval e os blocos estão na rua. Procure o bloco (e o bar) mais perto de você e chacoalhe esse corpinho. Aproveite! A festa só acontece uma vez por ano: 
 
Banda Bantantã - 10 de fevereiro (sexta) – concentração 16h e início 21h - Bairro do Butantã, nas imediações da USP.

Pholia na Luz - 11 e 12 de fevereiro (sábado e domingo) – a partir das 14h, com apresentação de vários blocos: Bloco de Rua Comunidade Boliviana, Bloco A Bruxa Tá Solta, Bloco Med Pholia, Bloco Unidos Venceremos, Grêmio Recreativo Educacional e Social Quilombo, Bloco Unidos da Melhor Idade – ABCMI, Associação Bloco Carnavalesco Navio Negreiro, Escola de Samba Raízes de Vila Prudente, Bloco de Samba Império do Morro, Bloco Blackpholia, Bloco Cultura Viva – Estação Primeira de Vila Prudente, Bloco Carnavalesco União do Almanara, Bloco XI de agosto e Bloco da Bateria S/A

Bloco da Ressaca - 11 de fevereiro (sábado) – no Cambuci, concentração às 14h, no Largo do Cambuci.

Filhos da Santa
Bloco Filhos da Santa – 11 de fevereiro (sábado) – concentração a partir das 11h no Largo de Santa Cecília.

Bloco Classe A - 11 de fevereiro (sábado) - a partir das 15 h, na Rua Souza Lima, 295, no Bairro da Barra Funda.

Classe A

Bloco da Abolição – 12 de fevereiro (domingo) – a partir das 12h, na Rua da Abolição, Bela Vista.

Bloco da Abolição
Banda Grone’s - 12 de fevereiro (domingo), com saída às 16 horas, na Rua Sena – Bairro Tremembé.

Banda do Fuxico - Desfile no dia 12 de fevereiro (domingo), a partir das 18 horas, no Largo do Arouche – República.

Banda Redonda - Desfile no dia 13 de fevereiro (segunda), às 21 horas, no Bairro da Consolação, saída na Rua Theodoro Baima.

Banda do Candinho - Desfile no dia 15 de fevereiro (quarta), no Bairro Bela Vista e Bixiga, a partir das 21 horas, Saindo da Rua Santo Antônio. 
 
Bloco Afro Ilú Obá de Min - 17 de fevereiro (sexta-feira) - concentração a partir das 19h30min no Viaduto Major Quedinho, Bela Vista.

Ilú Obá de Min
Banda do Trem Elétrico - Desfile no dia 17 de fevereiro (sexta) - a partir das 21 horas, com saída na Rua Augusta

Bloco Saci da Bixiga – 18 de fevreiro (sábado) – concentração a partir das 16h, na Rua da Abolição com São Domingos, na Bela Vista.

Saci da Bixiga
Banda dos Esfarrapados - Desfile no dia 20 de fevereiro (segunda), às 14 horas, na Rua Conselheiro Carrão, no Bairro Bela Vista.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Gostinho bom do carnaval chegando


- Lê, o Aranha tá em São Paulo. Vamos tomar uma cerveja mais tarde? - é o que pergunta a Gi numa sexta-feira calorosa.

- Claro! - logo respondo.

Aranha é um velho companheiro, daqueles que conta causos e fazem a hora voar. E quando nos encontramos, vejo que Márcio, querido, que também veio lá do interiorrr, vai junto. Que dia propício! Bora pro Largo da Santa Cecília, curtir o calor a céu aberto e com cervejas geladas. Ali toda sexta-feira é dia de samba.


Re-encontros sempre são bons!


No Largo tem três bares. Prefiro o do meio, que chama ... Restaurante do Meio, claro! O Meio é bem explícito, pela localização. Já o Restaurante... você olha pra ele e não vê restaurante. Você vê um bar. A preferência por ele é porque há um banheiro melhorzinho pra desaguar e a máquina de cartão não deixa a gente em situação constrangedora, funciona, não dá “pânico”, como diz o rapaz do caixa do bar ao lado quando a máquina dá pane. 


Banheiro melhorzinho e máquina de cartão funciona


Vamos chegando...
 

Chegamos lá o Aranha, a Gi, o Márcio e eu. Depois veio Minerim, Jéca e Erivalda. As mesas do Largo vão ficando ocupadas, as conversas se intensificam. Ouve-se uma batucada. O samba intensificou. Coisa boa! É o Bloco Filhos da Santa que se aproxima, com bateria, porta-estandarte e alegria. É o gostinho bom do carnaval chegando. 


Gostinho bom do carnaval


É o Bloco Filhos da Santa

 

Depois chegam Pi, Paulinha, Carla, William e Mauro. Mesa grande! Muita cerveja pra essa gente! Depois de o bloco ensaiar, a turma da mesa ao lado não desanima. Saca um pandeiro e chama os sambas que fazem todos cantar. 


Desce cerveja pra essa mulherada toda!


Alguns de nós bebemos e conversamos, outros bebem e cantam, outros dançam também. E a calorosa sexta-feira vai passando pro sábado sem pedir licença nem nada. Logo, logo chega o carnaval...


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Vocês nos deram dois mil motivos


Havia muita chuva, muito frio e dois mil motivos para comemorar. Na sexta-feira, dia 27 de janeiro, Pi e eu corremos ao final da tarde para o Bar do Nildo, que é mais perto e mais em conta. As duas mil visualizações no blog mereciam cervejas e brindes. Depois chegou a Dri, e juntaram-se a nós o Flávio e o Pedro. E desce a cerveja, desce a catuaba, toca Monarco, toca Luiz Carlos da Vila. 



Cerveja pra comemorar e catuaba para esquentar
 

Comemorar na sexta foi uma obrigação boa. Quem não pôde ir, representado estava por este time de bravos apreciadores de bar. 

 





Por este motivo, e atendendo a pedidos, queremos compartilhar com vocês aqui alguns dados da estatística mais por efeito da curiosidade:

1) A visualização de número 1.000 foi com “Que tumulto é esse?” (http://praquemgostadebar.blogspot.com/2011/12/que-tumulto-e-esse.html), publicada em 16/12/2011. A que fechou as 2.000 visualizações foi “Me dê motivo” (http://praquemgostadebar.blogspot.com/2012/01/me-de-motivo.html), um apelo pra gente comemorar, publicado erm 27/01/2012. Roger conseguiu documentar a virada para o 2.000:





2) Nesse período, a novidade foi a visualização do blog na Ucrânia e na Bolívia. Legal, né? Além destes países, continuamos a ser visualizados especialmente por seguidores do Brasil, mas também os da Alemanha, Rússia, Espanha, Venezuela e Turquia.

3) As postagens mais populares do período entre 16/12/2011 e 27/01/2012 foram:

- “Dica Internacional 2: Bar, cerveja e ativismo social”, de Augusto e Emílio (http://praquemgostadebar.blogspot.com/2011/12/p-margin-bottom-0_22.html), com 45 visualizações;

- “Mil beijos e mil abraços pra vocês!”, de Lelê (http://praquemgostadebar.blogspot.com/2011/12/mil-beijos-e-mil-abracos-pra-voces.html), com 40. Esta foi para comemorar as mil visualizações; e

- “A cidade e os amigos no coração”, de Lelê (http://praquemgostadebar.blogspot.com/2012/01/cidade-e-os-amigos-no-coracao.html), com 38 visualizações.


Mais um pouquinho da história deste blog está registrada aqui. Ele continua aberto para quem quiser contribuir com textos, fotos, charges, enfim, materiais que tenham a ver com o tema. É só fazer o contato ou enviar o material. E, por favor, não deixem de nos seguir, pois queremos ter motivo pra comemorar e fazer grandes brindes com vocês por um bom tempo, nesta incansável busca por novos bares neste mundão.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A blitz antibroxada nos bares de SP





Por Xico Sá
xicosa@uol.com.br

Gazelas insinuantes aproveitam as nuvens de testosterona que encobrem a noite dos bares da vila Madalena, SP, e distribuem folhetos contra a “disfunção erétil”.

Sim, a humaíssima brochada ou broxada, por supuesto, como admitem os dicionários.

Uma piadinha bêbada aqui, uma cantada grosseira acolá, e lá seguem as moças na pregação cívico-priápica.

Uma galega linda. Tão linda que só perde para Amanda –a pescadora dos sete mares-, me sorri bonito e barulhento como o cachorro da música de Roberto.

O panfletinho azul que elas distribuem nem toca no nome da pílula milagrosa. Nem carece.

Mal as fofoletes adentram o Filial, botequim da madruga, e a nossa mesa, enfeitada por um magote de cabra safado, ataca de “Capim Novo”, o clássico da disfunção erétil de todos os tempos:

 “Esse negócio de dizer que droga nova/ muita gente diz que aprova/ mas a prática desmentiu...”

Nossa canção de protesto toma conta do ambiente. Um belo fuzuê:

O doutor disse/ que o problema é psicológico/ não é nada fisiológico/ele até me garantiu...”, emendamos.

Certo mesmo é o ditado do povo/ pra cavalo velho/ o remédio é capim novo”.

A música de Luiz Gonzaga e José Clementino toca fogo na noite paulistana.

Pianinho, pianinho, como dizia Benito de Paula. Silêncio no ambiente.

Aí começa um debate de altíssimo nível. Com participação das gazelas, dos garçons, do tirador de chope...

Beber é ter sempre uma tese de algibeira.

A desta fatídica noite: pelo direito de falhar, pelo direito de ouvir um lindo “relaxa, querido, isso acontece nas melhores famílias do Crato.”

Tempos chatos estes da felicidade química a qualquer custo.

Como diz uma amiga curitibana, linda afilhada de Balzac, hoje em dia as mulheres não sabem mesmo se são o motivo daquele sexo inspirado ou se tudo não passa de mais um milagre da pílula.

Acabou aquele suspense, hitchcockianismo do amor, diante da possibilidade de um retumbante fracasso na cama.

Acabou o orgulho da moça em fazer funcionar algo aparentemente leso e morto.

Com as tais das drogas novas, o camarada é capaz de ficar excitado até num velório. Morte de parente próximo. Qualquer coisa que se bula é motivo para o assanhamento.

Esse paraíso artificial só faz sentido para os vovôs.

As autoridades poderiam até distribuir umas drágeas por ocasião do pagamento das aposentadorias. Seria o fim geral do fastio.

Nada de “vovô viu a uva”. Coisa das antigas. “Vovô viu o Viagra”. Esta sim seria a nova aliteração didática das cartilhas infantis.

Para os mais jovens, jamais. Apenas a pílula do destemor e da coragem.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Onde você vai se refrescar hoje?


Quanta diferença! Mudança radical do clima. Há uma semana atrás, comemorávamos as 2 mil visualizações do blog no Bar do Nildo, sob forte chuva e intenso frio, a Pi, a Dri, o Pedro, o Flávio e eu. A Pilar foi até buscar blusa de frio na casa dela porque a que eu estava usando não dava conta.


Sexta-feira passada. Todos agasalhados.
 

E hoje? Hoje a coisa tá pegando fogo! Isso sim é verão... A vontade, como diz o Jaca, é de ter um ar condicionado acoplado na cabeça. O maior calor feito desde o começo do ano até agora, em plena sexta-feira. Veja só! Onde você vai se refrescar hoje?





quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Cultura no cérebro, na alma, e no bar: 15 anos sem Chico Science


E na praia é que se vê,
A areia melhor pra deitar
Vou dançar uma ciranda pra beber
Uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor”

Chico Science






Hoje completam-se 15 anos sem o cantor, compositor, resgatador e criador de cultura Chico Science. A música deste pernambucano embalou e embala muitos bares e festas, deixa a gente animada, quando o tambor bate forte as tradições do maracatu e a guitarra grita as influências do rock e da música pesada. A música de Chico Science se preserva na continuidade dos músicos que ainda propagam o som do Manguebeat, som de uma geração dos anos 90 que vem para hoje com a força do contemporâneo.


No blog não poderíamos deixar de fazer uma homenagem e, para não sair do tema, buscamos a ligação deste homem com o bar, é claro. Veja o que Moisés Neto escreve no livro “Chico Science, Zeroquatro & Faces do Subúrbio: A Cena ”, sobre a formação cultural de Chico Science:


Do outro lado da cidade, Fred Zeroquatro, Renato Lins, Jorge dü Peixe, Helder Aragão (DJ Dolores), HD Mabuse e Chico Science (ainda conhecido como Chico Vulgo), entre outros, se reuniam em bares como o Cantinho das Graças, Franc’s Drinks (um antigo prostíbulo) e posteriormente na Soparia do Pina (de Roger de Renor). Discutiam, entre outras coisas, literatura beatnik e iam dividindo discos e informações mais novas do mundo. Entre uma cerveja e outra, essa turma da classe média falava da teoria do caos (em todo caos há uma ordem), dos fractais (a repetição cria novos sistemas, na mistura). É quando Chico lê o romance Homens e Caranguejos, de Josué de Castro (1908-1973)..."



 


Renato L, o qual desenvolveu, junto com Fred 04 (Mundo Livre S.A) e Chico Science, o Manifesto “Caranguejo com Cérebro”, conta como Chico Science, no bar, inspira os demais ao som que ele veio a chamar de Mangue:

Eu estava no Cantinho das Graças, um bar sem qualquer atrativo frequentado pela galera. Na mesa acho que bebiam Mabuse, Fred, Vinícius Enter e outros. De repente, Chico apareceu e sem nem sentar foi anunciando “olha, fiz uma jam session com o pessoal do Lamento Negro e mesclei uma batida disso com uma batida daquilo e um baixo assim...Vou chamar esse groove de Mangue!”. Na hora, ficamos sem saber o que era mais interessante, o som ou a palavra usada para sintetizá-lo. Aquele era o rótulo! Como todo mundo tinha um sonho em mente e um esboço de trabalho em conjunto havia se delineado em algumas festas, a tentação de ampliar o conceito surgiu de imediato. Acho que numa despretensiosa meia-hora surgiram os esboços de quase todos os conceitos básicos do Mangue... Aquela noite, na minha memória, sem que ninguém percebesse, foi um momento-chave”.

O bar chamado Soparia foi palco do Manguebeat, onde a cultura se reunia e se propagava. Helder Vasconcelos, um dos criadores de Mestre Ambrósio, escreve sobre o bar:

Soparia, de sopa, foi o bar com shows ao vivo mais democrático dos anos 90. Ponto de encontro de toda uma geração, reunia todos os artistas da cidade, incluindo os que fizeram a movimentação Manguebeat. Roger, que comandava o bar, ficou imortalizado na música gravada por Chico Science e Gilberto Gil. Era o único local da cidade que tinha shows todos os dias. Santa Boêmia, Mundo Livre S.A., Jorge Cabeleira e o Dia Que Seremos Todos Inúteis, Paulo Francis Vai Pro Céu, Chico Science & Nação Zumbi, entre muitos outros, tocaram lá. Para o Mestre Ambrósio, foi muito mais do que um lugar de show. Com duas temporadas em dois anos, o grupo tocava todas as quartas-feiras. Sem dúvida, foi onde nasceu suas apresentações e também onde formou seu público inicial, fundamental pra sua carreira.”


O dono do Soparia, Roger, e a radiola de ficha que tocava sons ecléticos no bar são parte da letra da música Macô, de Chico Science:


De lama nada
Segura essa garrafa
O Gargalo já tá feito
Táis adivinhando cheia
Olha pra lá, vira a cara não dá bola
Pega uma ficha aí bota lá na radiola
Cadê Roger, Cadê Roger, Cadê Roger, Ô!”



Roger e sua Caravan, em uma foto de 2011
 

O Soparia fechou em 1998, mas no mês de janeiro, em Recife, teve festa pra comemorar os 20 anos da criação do bar. Roger está bem vivo, é produtor cultural, e não deixa a história se perder. Chico Science se foi em um carnaval, no ano de 1997. Sua música ainda sacode o corpo e a cabeça da gente.


Saiba mais:

Livro “Chico Science, Zeroquatro & Faces do Subúrbio: A Cena ”



MANGUE BEAT – Breve Histórico do seu Nascimento

Manifesto1 “Caranguejos com cérebro” e Manifesto 2 “Quanto vale uma vida”

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Zebrinha ou, se preferir, Amarelinho

O prédio é belo e amarelamente inconfundível



Conheci o bar no início dos anos 2000, quando ali na General Osório acontecia a Rua do Samba, todo último sábado do mês. Quando a música parava na rua, reiniciava-se dentro do bar. Não sei se o nome do bar já era Zebrinha, creio que não, mas quem sabe disso pode me contestar. O local já era bastante frequentado pelas pessoas que gostam de curtir samba no centro de São Paulo às sabados. 
 
Voltei ao local com o amigo Jacaré, que chegou de Brasília para cumprir alguns compromissos e também para dar um passeio. Ele mesmo sugeriu que fôssemos à General Osório. O Zebrinha foi o ponto final de nossa ida àquela rua, pois antes fizemos um pequeno itinerário musical. 

A General Osório tem três lojas de instrumentos musicais bem próximas - a Redenção, a Contemporânea e a Gope. Não é à toa que sambistas e apreciadores do samba se reúnem por ali. Primeiro fomos à Redenção. Ali encontramos o Fran, um companheiro que vende raridades do samba em DVDs e Cds. 

Sala do Choro, na Contemporânea
Depois fomos à Sala do Choro, na Contemporânea. É pura viagem no tempo e na música. Sentados em bancos de madeira e entre fotos e ilustrações de grandes compositores e intérpretes do chorinho, nos deliciamos com a boa música oferecida por aquelas pessoas que carregam nas marcas dos rostos, das mãos e da voz, uma grande história musical. 

Dali fomos ao Zebrinha. O bar está localizado na esquina da General Osório com a Rua do Triunfo. Chamado também de “Amarelinho”, tem os toldos e todos os detalhes dentro do bar na tal cor. Com fome, imediatamente pedimos uma feijuca e uma cerveja, as quais deliciamos enquanto o Grupo Centro do Samba se preparava para trazer mais música para os frequentadores do bar, incluindo os músicos e cantores da Sala do Choro. 

Feijuca pra matar o que tá matando a gente

O povo se prepara pra tocar e nós bebemos cerveja

Emílio chegou tão logo o samba iniciou. E logo mais tivemos a grata surpresa de encontrar os amigos Célio, Érica, Willliam e Ângela. Curtimos uma tarde inteira de choro e de samba. É possível fazer isso todos os sábados ali na General Osório. 

E rola o samba com o tiozinho na panelinha

Um brinde ao samba


Gente animada!
 
Dali, infelizmente tive que sair quando ainda rolava a música. Mas para mim o dia ainda não tinha terminado. Com o ingresso na carteira para o show de Jair Rodrigues, despedi-me do bar e de todos e segui. Ainda haveria o terceiro tempo neste sábado especialmente musical.