quinta-feira, 26 de abril de 2012

Eu morro, mas, não deixo a bebida

Bateu a tristeza, sim. Ouvi pela manhã que Dicró se foi. E durante todo o dia também. Tá bom, já sei. Ainda bem que pessoas como ele deixam saudades boas na gente... E não poderíamos deixar de fazer a homenagem a este irreverente e boêmio sambista da favela, que com a sua simplicidade nos presenteou com sambas e histórias valiosas. Vai, Dicró! A malandragem lá de cima te espera!




Cachaça
(Dicró)

[Aí oh, essa é uma homenagem a todos os biriteiros do Brasil, morou?]

Se cachaça der cadeia, tô preso pro resto da vida,
Eu morro, mas, não deixo a bebida,
Se cachaça der cadeia, tô preso pro resto da vida,
Eu morro, mas, não deixo a bebida...

O meu sogro tem mais de noventa,
E o velho só anda doidão,
Minha sogra só bate de frente,
Com batida de limão...
No dia do meu casamento, a festa foi muito bacana,
Ao invés de flor de laranjeira,
A grinalda da nega era palha de cana...

Se cachaça der cadeia, tô preso pro resto da vida,
Eu morro, mas, não deixo a bebida,
Se cachaça der cadeia, tô preso pro resto da vida,
Eu morro, mas, não deixo a bebida...
Os padrinhos do meu casamento,
Faz inveja a qualquer um,
Foi o Martinho da Vila, Geraldo Babão
E um tal de Mussum...
Dos presentes que eu ganhei, só tem um que vou guardar...
Uma bandeira desenhada com um casal de gambá

Se cachaça der cadeia, tô preso pro resto da vida,
Eu morro, mas, não deixo a bebida,
Se cachaça der cadeia, tô preso pro resto da vida,
Eu morro, mas, não deixo a bebida...

No dia do meu batizado, todo mundo achou graça,
Faltou água na igreja, me lavaram com cachaça...
O padre que é gente boa, também já chegou doidão,
Esqueceu a Bíblia em casa e chegou na igreja com o litro na mão...

Se cachaça der cadeia, tô preso pro resto da vida,
Eu morro, mas, não deixo a bebida,
Se cachaça der cadeia, tô preso pro resto da vida,
Eu morro, mas, não deixo a bebida...

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