terça-feira, 13 de março de 2012

Hora de declinar


Fala a verdade: quando você está fugindo de uma bebedeira, é a hora em que todos te chamam pra beber. É ou não é? Você lá, precisando resistir bravamente pois precisa acabar de tomar a cartela inteira de um remédio, e o povo te chama, não tem jeito.

Tem aquela dieta que você começa e pára no segundo dia por causa do chamado de alguém. O fígado precisa de um descanso, você pára uns dias, mas poucos, pois um chamado é o suficiente pra você se convencer que pra ele ficar melhor é só assustá-lo com uma cerveja gelada. Ou acordar de ressaca tá te deixando cada vez mais cansado. E pra descansar, então, você pára de beber por uns dias, passa a fazer programas que você julga “saudáveis”, em lugares em que não se vende bebidas, como parques e museus. Mas se alguma coisa acena pra você e diz pra você sentar e beber uma cerveja, a pessoa que te acompanha olha pra você e... já era.

Já passei por todas estas condições que citei. E declinei em todas as situações, com exceção da primeira, a do remédio. A única situação em que levo até o fim a proposta é a de tomar a cartela inteira do remédio sem derramar uma gota de álcool neste corpinho.

Boa desculpa pra declinar do objetivo de ficar sem beber é alguém te chamar pra ir a um lugar que você ainda não conhece. Foi assim que Magali e Ed me arrastaram pra um barzinho que se localiza na esquina da Rua da Abolição com a Rua Jacareí, na Bela Vista, ou Bexiga, se preferem.




Foi em um fim de tarde que eu recebi a ligação destes dois “diabinhos”. Estava saindo do MASP, um passeio “saudável”, cultural e sem intenções etílicas, junto com a amiga Vera:

- Lê, vamos beber uma cerveja hoje aqui na Bela Vista? O Ed tá aqui comigo, vai fazer um serviço e depois nós vamos sair. Vamos? - Diz Magali.

- Ô Magali, hoje não vai dar. Tô na Paulista, voltando pra casa...

- Ô Lê, você nunca vem beber aqui pra estes lados. Vem...

- Não vai dar, nêga. Deixa eu sair desta fase e eu vou aí pra bebermos juntas.

A fase durou 5 minutos após eu desligar o telefone e voltar a ligar pra ela e perguntar onde eles pretendiam ir. Ah! Maior calorzão, eu já tô na rua com a Vera e estas duas pessoas queridas me ligam pra eu beber em um lugar em que eu nunca vou? Declino mesmo! Vou mesmo! Encontramos os dois daqui cerca de meia hora! Falei isso e pronto!


Não sei como esta água foi parar aí, sério...
 
Declinar sem tristeza, por favor...
 

Vamos a Vera e eu a pé, descendo a Augusta, conversando, paquerando e rindo. Encontramos os dois ali, na Rua da Abolição. Ótimo lugar pra se encontrar. Afinal, de vez em quando a gente tem que abolir as proibições que colocamos a nós mesmos. Afinal, de vez em quando? Pra mim é de vez em sempre. A não ser quando tomo remédio.


Acaba nisso.



2 comentários:

Muito agradecida!