Fala
a verdade: quando você está fugindo de uma bebedeira, é a hora em
que todos te chamam pra beber. É ou não é? Você lá, precisando
resistir bravamente pois precisa acabar de tomar a cartela inteira de
um remédio, e o povo te chama, não tem jeito.
Tem
aquela dieta que você começa e pára no segundo dia por causa do
chamado de alguém. O fígado precisa de um descanso, você pára uns
dias, mas poucos, pois um chamado é o suficiente pra você se
convencer que pra ele ficar melhor é só assustá-lo com uma cerveja
gelada. Ou acordar de ressaca tá te deixando cada vez mais cansado.
E pra descansar, então, você pára de beber por uns dias, passa a
fazer programas que você julga “saudáveis”, em lugares em que
não se vende bebidas, como parques e museus. Mas se alguma coisa
acena pra você e diz pra você sentar e beber uma cerveja, a pessoa
que te acompanha olha pra você e... já era.
Já
passei por todas estas condições que citei. E declinei em todas as
situações, com exceção da primeira, a do remédio. A única
situação em que levo até o fim a proposta é a de tomar a cartela
inteira do remédio sem derramar uma gota de álcool neste corpinho.
Boa
desculpa pra declinar do objetivo de ficar sem beber é alguém te
chamar pra ir a um lugar que você ainda não conhece. Foi assim que
Magali e Ed me arrastaram pra um barzinho que se localiza na esquina
da Rua da Abolição com a Rua Jacareí, na Bela Vista, ou Bexiga, se
preferem.
Foi
em um fim de tarde que eu recebi a ligação destes dois “diabinhos”.
Estava saindo do MASP, um passeio “saudável”, cultural e sem
intenções etílicas, junto com a amiga Vera:
-
Lê, vamos beber uma cerveja hoje aqui na Bela Vista? O Ed tá aqui
comigo, vai fazer um serviço e depois nós vamos sair. Vamos? - Diz
Magali.
-
Ô Magali, hoje não vai dar. Tô na Paulista, voltando pra casa...
-
Ô Lê, você nunca vem beber aqui pra estes lados. Vem...
-
Não vai dar, nêga. Deixa eu sair desta fase e eu vou aí pra
bebermos juntas.
A
fase durou 5 minutos após eu desligar o telefone e voltar a ligar
pra ela e perguntar onde eles pretendiam ir. Ah! Maior calorzão, eu
já tô na rua com a Vera e estas duas pessoas queridas me ligam pra
eu beber em um lugar em que eu nunca vou? Declino mesmo! Vou mesmo!
Encontramos os dois daqui cerca de meia hora! Falei isso e pronto!
Não sei como esta água foi parar aí, sério... |
Declinar sem tristeza, por favor... |
Vamos
a Vera e eu a pé, descendo a Augusta, conversando, paquerando e
rindo. Encontramos os dois ali, na Rua da Abolição. Ótimo lugar
pra se encontrar. Afinal, de vez em quando a gente tem que abolir as
proibições que colocamos a nós mesmos. Afinal, de vez em quando?
Pra mim é de vez em sempre. A não ser quando tomo remédio.
Acaba nisso. |
Você tb já me fez declinar Lê...... kkkk
ResponderExcluirNós somos o diabo um do outro, com certeza, Irany rsrsrs
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